Bexiga Hiperativa
Dr. Elton Sanchotene
Urologista Especialista

A Bexiga Hiperativa

A bexiga hiperativa é definida pela Sociedade Internacional de Incontinência (ICS) como urgência miccional que pode ou não estar associada à Incontinência Urinária por urgência e que geralmente se apresenta acompanhada de aumento do número micções diurnas e noturnas (polaciúria e noctúria).

É a contração involuntária do músculo da bexiga, durante seu enchimento com urina.

Quando não tem causa definida, chama-se bexiga hiperativa idiopática. Quando é resultado de doença neurológica, como Derrame, Alzheimer, Parkinson e traumatismo raquimedular, é dita neurogência.

Estima-se que a incidência do quadro de bexiga hiperativa seja de 16% dos homens e 17% das mulheres acima de 60 anos mas pode também ocorrer em jovens.

A diferença entre Bexiga Hiperativa e Infecção Urinária

Muitas pacientes e inclusive médicos confundem as queixas de bexiga hiperativa com infecção urinária.

Os sintomas de urinar frequentemente e em quantidades reduzidas durante o dia (polaciuria), desconforto/ardência ao urinar (disúria), sensação de esvaziamento incompleto da bexiga (tenesmo vesical), aumento de micções noturnas (nocturia), urgência micional que pode estar acompanhada de incontinência urinária são comuns nas duas doenças mas a diferença fundamental é que na infecção urinária existe a presença de bactérias na urina e na bexiga hiperativa não.

A bexiga hiperativa pode causar um quadro de depressão afastando a paciente de de suas atividades de trabalho e laser e inclusive pode interferir na vida sexual do casal, principalmente pela queixa de incontinência urinária.

Bexiga Hiperativa Causas

Existem várias teorias:

• Aumento da sensibilidade a neurotransmissores, com consequente resposta exacerbada do músculo da bexiga (detrusor) e também aumento das fibras sensitivas da bexiga;
• Diminuição do controle inibitório do sistema nervoso central;
• Em jovens, é necessário excluir doenças neurológicas como esclerose múltipla;
• Em idosos as causas mais frequentes são Derrame (AVC), Doença de Alzheimer, Parkinson, Hiperplasia Benígna da Próstata;
• Pode ocorrer em pacientes com traumatismo raquimedular e do crânio.

Bexiga Hiperativa Tratamento

A primeira abordagem no tratamento da bexiga hiperativa é a modificação comportamental com micções programadas de horário (a cada 2 horas) e o controle da ingestão de líquidos e da urgência.

Deve evitar-se bebidas como café, chás, refrigerantes, achocolatados, produtos com aspartame, sucos cítricos e álcool e alimentos à noite que retêm líquido como melancia e melão. Interromper a ingesta hídrica 3 horas antes de dormir.

O tratamento principal baseia-se na medicação (anticolinérgico). Quando o tratamento medicamentoso falha (pode ocorrer em até 30% das pacientes), uma terapia promissora é a injeção de toxina bolutínica na bexiga. Com anestesia, aplica-se a substância em 30 pontos da bexiga. A durabilidade é de 6 a 9 meses. É necessária a reaplicação após este período. Por último, quando nada funciona, pode-se implantar um marcapaso da bexiga que é a neuroestimulação.